TSE mantém cassação de mandato do deputado distrital José Gomes

TSE mantém cassação de mandato do deputado distrital José Gomes

Por Wellington Hanna, TV Globo


Deputado distrital José Gomes (PSB) em comissão na Câmara Legislativa do DF — Foto: Facebook/Divulgação

Deputado distrital José Gomes (PSB) em comissão na Câmara Legislativa do DF — Foto: Facebook/Divulgação

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta terça-feira (6), por unanimidade, manter a cassação do mandato do deputado distrital José Gomes Ferreira Filho (PSB-DF). O parlamentar foi condenado por abuso de poder econômico. Cabe recurso.

Ele é acusado de coagir funcionários da própria empresa, a Real JG Serviços Gerais, para votarem nele nas eleições de 2018 (relembre abaixo).

Com a medida, o TSE determinou a imediata comunicação da decisão à Câmara Legislativa do DF. À reportagem, a defesa do deputado disse que “vai lutar até o fim, em defesa do devido processo legal”.

A suplemente de José Gomes é a ex-deputada distrital Luzia de Paula (PSB). Ao G1, a assessoria de Luzia disse que a ex-parlamentar recebeu a decisão com tranquilidade e que vai assumir a cadeira deixada pelo colega de partido.

Acusações

A ação contra José Gomes é fruto de uma representação movida pelo deputado distrital Chico Vigilante (PT) e ratificada pelo Ministério Público Eleitoral do DF. Segundo a acusação, o parlamentar exigiu o voto de 10 mil funcionários de sua empresa, sob ameaça de demissão e citando argumentos como “gratidão pelo emprego”.

Em abril do ano passado, o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) havia determinado a cassação do mandato do parlamentar. Segundo o entendimento da Corte, à época, ficaram comprovadas as irregularidades na campanha de 2018.

Gravação mostra pressão para funcionários votarem no chefe para deputado

Gravação mostra pressão para funcionários votarem no chefe para deputado

Segundo a denúncia, “desde o instante em que o réu lançou-se pré-candidato ao cargo de deputado distrital, [os funcionários da Real JG] foram submetidos a odioso processo de assédio e coação para manifestarem seu apoio político em favor daquela candidatura e trabalharem por sua eleição“.

A apuração da 11ª Promotoria de Justiça do DF indicou que o próprio José Gomes convocou os empregados a “vestirem a camisa”, e a “abraçar essa causa juntos e acreditar em uma mudança que possa beneficiar a todos” – as aspas são atribuídas a ele no processo.

O processo inclui, ainda, áudios de discursos creditados ao gerente operacional da Real JG, Douglas Ferreira Laet (ouça acima). Em juízo, Laet reconheceu a autoria das falas. Em um áudio, ele fala em monitorar o voto dos funcionários para descobrir “traições”

“Então só pra deixar claro, eu já tenho o título de eleitor de vocês, sei a zona onde vão votar e sei quem vai trair ou não vai trair a Real, o senhor José Gomes. Sei quem vai dar tapinha nas costas e sei quem no dia não vai estar, porque se naquela zona tinha que votar dez e votou só nove, alguém ficou de fora, alguém que está com a gente.”

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