Governador de Goiás diz que mortes de advogados podem ter sido encomendadas e que investigação está ‘avançada’

Governador de Goiás diz que mortes de advogados podem ter sido encomendadas e que investigação está ‘avançada’

Por Sílvio Túlio, G1 GO


Polícia de Goiânia cria força tarefa para investigar assassinato de dois advogados

Polícia de Goiânia cria força tarefa para investigar assassinato de dois advogados

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), disse nesta quinta-feira (29) que as mortes de dois advogados em um escritório de Goiânia podem ter sido encomendadas e mencionou que o intuito é prender tanto “os pistoleiros quanto os mandantes”. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Marcus Aprígio Chaves, de 41 anos, e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, de 47, foram assassinados por dois homens que se passaram por clientes e simularam um assalto.

“Não tenho palavras para descrever tamanha barbaridade. Um crime inadmissível nos dias de hoje, alguém contratar alguém para assassinar dois advogados ou duas pessoas sejam lá quem for”, disse Caiado durante o velório de Marcos, em Goiânia. Frank foi enterrado em Inhumas, Região Metropolitana da capital.

O crime aconteceu na quarta-feira (29), no Setor Aeroporto. Uma força-tarefa composta por cinco delegados e 30 policiais civis foi montada investigar o crime. O governador disse ainda que os trabalhos de apuração estão em “fase avançada” e que quer prender os responsáveis pelo duplo homicídio “em tempo recorde”.

“A força-tarefa está montada, em fase avançada, com vários dados, já estão logo no encalço dessas pessoas. Esse eu quero [resolver] em tempo recorde, para botarmos as mãos nesses bandidos. Tanto os pistoleiros como também os mandantes do crime”, destacou.

Caiado também destacou que já existe uma linha de investigação mais forte, mas preferiu não dar detalhes “por respeito” ao trabalho da polícia.

O presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-GO, David Soares, também acredita que a morte tenha sido premeditada. “Até pelo modus operandi. A forma com que tudo aconteceu parece ser muito premeditada. Então tudo leva a crer que sim, infelizmente”.

Marcus e Frank foram mortos no escritório onde trabalhavam, em Goiânia — Foto: Reprodução/OAB-GO

Marcus e Frank foram mortos no escritório onde trabalhavam, em Goiânia — Foto: Reprodução/OAB-GO

Falsos clientes

O vice-presidente da OAB-GO, Thales Jayme, que as vítimas foram atacadas por falsos clientes. Eles chegaram a marcar horário para serem atendidos, como se de fato estivessem precisando dos serviços das vítimas.

“Com certeza, essa simulação de assalto foi para tentar enganar. Eles queriam, realmente, matar o Marcus e o Frank. É preciso agora saber a motivação”, destaca.

“Uma pessoa do escritório disse que os dois homens entraram na sala e simularam um assalto. O Marcus entregou R$ 2 mil a eles e achou que iriam embora, mas eles mandaram chamar o Frank. Em seguida, os dois se sentaram e foram baleados”, completa.

Conforme a Polícia Militar, ao ouvir os disparos, a secretária do escritório correu para uma outra sala e se trancou dentro de um banheiro. Testemunhas relataram à TV Anhanguera que os criminosos fugiram em um carro branco, o mesmo em que chegaram ao local. Não foi informado se o dinheiro foi, de fato, levado.

Polícia isola escritório em que dois advogados foram mortos a tiros, em Goiânia — Foto: Reprodução TV Anhanguera

Polícia isola escritório em que dois advogados foram mortos a tiros, em Goiânia — Foto: Reprodução TV Anhanguera

Luto

Entidades e autoridades manifestaram os sentimentos aos familiares e cobraram uma investigação rígida sobre o caso.

A OAB-GO repudiou o que considera uma crescente escalada de violência contra a advocacia. “Cobramos das autoridades competentes célere elucidação, para que os responsáveis sejam levados às barras da Justiça e exemplarmente punidos”, diz o comunicado da entidade.

De acordo com a nota, a Ordem dos Advogados do Brasil acredita que as características do crime sugerem premeditação, o que agravaria a afronta contra a classe.

O presidente do TJ-GO, desembargador Walter Carlos Lemes, decretou luto oficial no Poder Judiciário de quarta-feira até sexta-feira (30). Lemes também prestou consternação no meio judiciário goiano pelo falecimento dos advogados e afirmou que “ao longo de suas carreiras, prestaram relevantes serviços à Justiça goiana”.

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