Ex-diretor de presídio em MG é preso em operação da PF contra corrupção nas penitenciárias

Ex-diretor de presídio em MG é preso em operação da PF contra corrupção nas penitenciárias

Por Fernando Zuba, TV Globo — Belo Horizonte

Vista aérea da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde eventos de corrupção acontecem, segundo as investigações. Nelson Hungria é conhecido como 'Alegria' pelos investigados. — Foto: Reprodução/Globocop/TV Globo Minas

Vista aérea da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde eventos de corrupção acontecem, segundo as investigações. Nelson Hungria é conhecido como ‘Alegria’ pelos investigados. — Foto: Reprodução/Globocop/TV Globo Minas

O ex-diretor da Penitenciária Nelson Hungria, Rodrigo Clemente Malaquias, foi preso na manhã desta quinta-feira (8), durante operação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), coordenada pela Polícia Federal. São 29 mandados de prisão e 45 de busca e apreensão contra uma organização criminosa comandada por servidores e advogados suspeitos de montar um esquema de corrupção em unidades prisionais de Minas Gerais. A operação ocorre em Belo Horizonte e mais 14 cidades do estado.

De acordo com as investigações da Ficco, que é composta pelas polícias Civil e Penal de Minas Gerais e Departamento Penal Federal, presos de alta periculosidade eram transferidos indevidamente de unidades, mediante pagamento dividido entre os líderes da organização criminosa, além de serem colocados em alas ou pavilhões com benefícios, como trabalho, a que não teriam direito pelas normas da execução penal.

Ex-diretor da Penitenciária Nelson Hungria, Rodrigo Clemente Malaquias — Foto: Reprodução/TV Globo

Ex-diretor da Penitenciária Nelson Hungria, Rodrigo Clemente Malaquias — Foto: Reprodução/TV Globo

Os investigadores conseguiram identificar inúmeros eventos de corrupção praticados pela organização criminosa, principalmente em duas unidades prisionais localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, dentre elas o Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem.

O nome da operação é uma alusão à forma cômica como os integrantes da organização se referem a este estabelecimento.

Prédio onde está sendo cumprido mandado de busca e apreensão em BH — Foto: Aluísio Marques/TV Globo

Prédio onde está sendo cumprido mandado de busca e apreensão em BH — Foto: Aluísio Marques/TV Globo

Os alvos são investigados pelos crimes de participação em organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e concussão. As penas podem chegar a 20 anos de reclusão.

Além da capital, os mandados são cumpridos nos municípios de Betim, Contagem, Fervedouro, Francisco Sá, Lagoa Santa, Matozinhos, Muriaé, Ouro Preto, Passos, Patrocínio, Ribeirão das Neves, Uberaba, Uberlândia e Vespasiano.

Dinheiro apreendido na operação — Foto: Divulgação/PF

Dinheiro apreendido na operação — Foto: Divulgação/PF

Operação "Alegria" é realizada em Belo Horizonte e mais 14 municípios mineiros — Foto: Danilo Girundi/TV Globo

Operação “Alegria” é realizada em Belo Horizonte e mais 14 municípios mineiros — Foto: Danilo Girundi/TV Globo

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