PF indicia deputado distrital Roosevelt Vilela por crimes eleitorais na campanha de 2018

PF indicia deputado distrital Roosevelt Vilela por crimes eleitorais na campanha de 2018

Por Gabriel Luiz, TV Globo

Deputado distrital Roosevelt Vilela — Foto: Carlos Gandra/CLDF

Deputado distrital Roosevelt Vilela — Foto: Carlos Gandra/CLDF

Polícia Federal indiciou o deputado distrital Roosevelt Vilela (PSB) por crimes eleitorais na campanha de 2018. De acordo com o inquérito, o parlamentar montou um “verdadeiro esquema criminoso de captação de votos”, ao usar da influência que detinha nas administrações do Park Way, Núcleo Bandeirante e Candangolândia.

Em 2018, Vilela era administrador das três regiões. Mesmo tendo deixado o cargo às vésperas da campanha, a PF aponta que ele manteve domínio nas administrações e utilizou a máquina pública para se beneficiar. O deputado afirma que “as acusações são frágeis e levianas”.

O distrital foi indiciado por supostamente ter nomeado pessoas nas administrações em troca da promessa de voto, por chantagear apoiadores para que trabalhem na campanha em busca de mais votos e por não mencionar o trabalho desses apoiadores na prestação de contas – o que pode ser entendido como falsidade ideológica eleitoral.

Investigação

Entrada da sede da Superintendência da Polícia Federal em Brasília — Foto: Gabriel Luiz/G1

Entrada da sede da Superintendência da Polícia Federal em Brasília — Foto: Gabriel Luiz/G1

As investigações começaram em 2019. Ao longo do inquérito, a Polícia Federal analisou troca de mensagens, fez cruzamento de nomeações e exonerações no Diário Oficial e também ouviu testemunhas.

Uma dessas testemunhas – um comissionado que trabalhava em uma das administrações – também falou à TV Globo, em agosto de 2019. Ele relatou que era forçado a entregar uma lista com 100 nomes de pessoas que votariam para eleger o deputado distrital, sob ameaça de exoneração.

“Nós entregávamos essa lista para a coordenação, e o próprio deputado ou alguém próximo a ele ligava para cada um dos nomes da lista perguntando se a pessoa votaria no Roosevelt, e quem indicou. Se essa pessoa não confirmasse, esse comissionado que entregou essa lista que estava esse nome que negou era punido. Era ameaçado de exoneração”, afirmou.

O inquérito já foi remetido à Justiça Eleitoral. O Ministério Público deu parecer favorável ao seguimento do processo. Não há prazo para julgamento. Além de Roosevelt Vilela, mais três pessoas ligadas ao deputado foram indiciadas por participação no suposto esquema de captação de votos.

O que diz o deputado

“As acusações lançadas contra mim são frágeis e levianas, o que será devidamente demonstrado nas instâncias competentes.

Tenho um compromisso com o interesse público, me pautando sempre pela ética e moralidade, o que vem sendo constantemente demonstrado por meio de minhas ações.

Confio na Justiça, pois todos os atos da minha campanha eleitoral para o cargo de Deputado Distrital no pleito de 2018 observaram a legislação.

Ressalto que jamais foi utilizada a máquina pública para obtenção de qualquer vantagem eleitoral. Além disso, minha prestação de contas foi aprovada, à unanimidade, pelo TRE-DF, porque refletiu a realidade da arrecadação e dos gastos da campanha.”

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